Santa Maria deu um importante passo rumo a um trânsito pensado e organizado. Pelo menos em parte. Na tarde desta quinta-feira, os 21 parlamentares da Câmara de Vereadores aprovaram o Plano de Mobilidade Urbana, que repensa e aponta caminhos para o caótico e confuso trânsito da maior cidade da Região Central.
Mudanças no trânsito na Avenida Medianeira geram discussão na internet
Com isso, os vereadores deram sinal verde ao chamado ônibus rápido, o BRT, e, agora, a prefeitura está apta a buscar junto ao governo federal o valor de R$ 180 milhões para trazer o empreendimento para a cidade. A captação do recurso estava condicionada à aprovação do Plano de Mobilidade Urbana.
Na prática, o município está no páreo para ganhar o recurso da União. Apenas o que pode impedir que a cidade não seja contemplada com o dinheiro é se os cortes da União afetarem os investimentos na infraestrutura, o que será conhecido hoje.
Comissão de vereadores analisou o plano
No entanto, o Legislativo deu sinal vermelho à colocação na prática de mudanças significativas e importantes ao trânsito da área central da cidade. Os parlamentares condicionaram a aprovação da matéria à inclusão de uma emenda.
Essa ressalva faz com que todos os projetos de mobilidade urbana referentes à Zona 2 (que trata de parte do centro da cidade) tenham de ser submetidos à Câmara, com parecer técnico do Instituto do Planejamento (Iplan). Ou seja, temas como a ampliação do Calçadão até a Praça Saturnino de Brito e a implantação de um corredor de ônibus na Rua do Acampamento ainda passarão pelo crivo dos políticos.
Vai demorar mais tempo
O secretário de Mobilidade Urbana, Miguel Passini, acredita que a postura dos vereadores retardará um pouco mais a colocação, em prática, das mudanças no trânsito da cidade:
Irá demorar um pouco mais para se tomar uma determinada decisão. Mas não acredito que os vereadores irão se opor às mudanças previstas no plano de mobilidade.
O engenheiro civil, especializado em trânsito e transportes, e professor universitário Carlos Félix acompanhou os dois anos de elaboração do Plano de Mobilidade Urbana, entre 2012 e 2014, de responsabilidade da empresa espanhola Idom. O estudo custou cerca de R$ 1 milhão aos cofres públicos. Félix sustenta que a essência não pode se perder ou cair em embates políticos:
Queremos um equilíbrio do sistema com outros modais. Não se quer proibir que as pessoas usem carro, mas, sim, inibir o seu uso. Agora, as mudanças não se dão do dia para a noite e é prudente que a Câmara possa acompanhar e opinar.
Decisão deve ser técnica
Anelis Flores, professora do curso de Arquitetura e Urbanismo da Unifra e especialista em mobilidade urbana, vê com preocupação o fato de os vereadores poderem opinar em questões técnicas que permeiam o trânsito.
Isso me parece temerário, uma vez que se pode ter um engessamento do plano. As demandas do trânsito for"